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Entrevista
Gus Presa | Presidente da WWSA
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Olá Gus. Diz-nos... como foi esta tua candidatura e vitória para a presidência da WWSA (Associação Mundial de Waveski)? Na realidade, não houve candidatura. Surgiu de uma forma natural. Propuseram-me o desafio de liderar uma mudança e eu simplesmente aceitei. As pessoas votaram e fui eleito. Quero salientar que considero a minha presença neste cargo baseada num trabalho de equipa (apoiando-me num comité forte) e com um horizonte temporal limitado até que os mais jovens se vejam com confiança para assumirem maiores responsabilidades. Já eras um dos vice-presidentes da WWSA. Estava nos teus planos chegar ao topo da hierarquia? Em 2014 (Durban, África do Sul), fui surpreendido ao ser proposto e eleito como vice-presidente. Em 2016 (Santa Cruz, Portugal), a história repetiu-se mas, desta vez, para o posto de maior responsabilidade. Portanto, a resposta é não. Nunca planeei chegar a esta posição. Criaram-se simplesmente as circunstâncias para tal e eu aceitei o repto e a responsabilidade que acarreta. Sabemos que estás a reorganizar a tua equipa de trabalho. Quais as principais novidades? O primeiro passo é realizarmos uma boa transferência de responsabilidades e cargos. Assim que publiquemos a composição do novo comité, podemos começar a trabalhar de uma forma autónoma. Em qualquer caso, como principais novidades (e não são as únicas), destaco a entrada na equipa de nomes tão conhecidos como Ian McLeod, Clement Guilbert, Adam Harvey, Savannah Campbell, Miguel Fernandéz (vice-presidente de Espanha que vai organizar o próximo mundial) entre outros. Destaco também a confirmação de Alizée Forestier que vai colaborar com o website da WWSA e as nossas redes sociais. Considero este aspecto essencial para a promoção da modalidade e vamos trabalhá-lo de forma muito intensa. Não podemos esquecer outros nomes como Doug Copeland, Pablo Arrouays, Virgile Humbert ou Marcus Thompson que trazem muita experiência a este grupo com tanto potencial.
Gus Presa nasceu em 1969, vive em Sevilha e é Geógrafo. Desportista desde muito jovem como basquetebolista, despertou anos mais tarde para as modalidades de ondas e, em 2003, começou a surfar umas ondas com um kayak sit-on-top. Dois anos mais tarde, teve o seu primeiro waveski e… nunca mais parou! Pelo meio, lançou o site waveski.es onde publica todas as suas surfadas bem como notícias relativas à modalidade. Adora surfar no nosso país – onde é uma presença mais do que habitual em todos os nossos eventos – mas o seu spot favorito fica em Caños de Meca (Cádiz, Andaluzia). Já surfou por vários países e participou em vários mundiais de waveski e este ano, deu mais um passo pela defesa e paixão pelo waveski ao assumir a presidência da Associação Mundial. Em suma, temos mais do que motivos para conversar com o novo presidente!
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E sobre o futuro da WWSA... que planos tens?
Em primeiro lugar, há que aproveitar o legado deste último mundial onde participaram 91 atletas sendo muitos deles jovens. Também tivemos pela primeira vez a modalidade de waveski adaptado e a categoria feminina cresceu no número de participantes. Agora, toca a consolidar esta tendência e crescer neste horizonte. Por outro lado, estou a contactar com os delegados nacionais e nota-se um grande entusiasmo e movimento, particularmente, no continente Americano. Este é outro foco de atenção que temos uma vez que, na Europa, parece estar criada uma massa crítica aceitável. Também não nos esquecemos do hemisfério sul (Austrália, Nova Zelândia e África do Sul) onde, historicamente, o waveski tem tido sempre grande presença.
À margem das considerações anteriores, afirmo que iremos dedicar especial atenção a três pilares fundamentais: jovens, mulheres e waveski adaptado. Há grupos de trabalho específicos para o desenvolvimento de cada uma destas áreas.
Iremos também trabalhar na melhoria de aspectos como o “seeding” e fazer deste um processo o mais transparente possível e baseado num ranking publicado e permanentemente actualizado.
Finalmente, e há ainda uma série de aspectos que não estou a citar, digo que uma das coisas que quero igualmente desenvolver, é possibilitar a consulta de nossa informação em vários idiomas. Não só em inglês, como também em espanhol, português e francês (é o mínimo).
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Jackie Dillon esteve 17 anos na WWSA sendo presidente nos últimos sete anos- Que balanço fazes do seu trabalho?
Antes de iniciar a valorização desse aspecto, manifesto o meu agradecimento (pessoal) por ter feito tudo para que esta transição de presidência tenha sido tão boa. Também destaco a impecável organização documental que nos deixa como herança. Para além do mais, como o seu trabalho tem sido tão rigoroso e de tanta qualidade, só nos vai inspirar para que o nosso assim seja. Todos sabemos a importância que a Jackie tem tido na WWSA e esperamos contar com a sua experiência e valiosos conselhos. Queremos agradecer-lhe os serviços prestados com uma surpresa que em breve anunciaremos.
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Como vês o futuro do nosso desporto?
Já referi anteriormente que o êxito indubitável do Mundial 2016, com 91 participantes, nos faz pensar que há potencial e que estamos a crescer. Vamos aproveitar sem dúvida este facto e vai ter que reflectir-se em 2018, com um número maior de participantes e, acima de tudo, nas classes dos jovens, mulheres e atletas adaptados. Desta forma, e respondendo à tua pergunta, vejo um futuro bom, sem perder a perspectiva de que somos e continuaremos a ser uma modalidade minoritária.
Sei que és um visitante assíduo a Portugal :) O que te traz tanta vez até nós?
Na verdade, surfo mais em Portugal do que em Espanha. Isto é devido à relativa proximidade de Sevilha (onde vivo) e porque encontro condições muito favoráveis para a prática do nosso desporto. A zona de Sagres (Algarve), fica a três horas de carro, por isso, há muitos fins de semana em que me podem encontrar por ali. Há que ter em conta que a temporada de ondas no sul de Espanha se limita a cinco meses (de Outubro a Fevereiro), daí que a opção mais sólida de ondas seja Portugal. De qualquer das maneiras, já não são só as ondas. Desfrutamos muito de todo o ambiente em geral, pela amabilidade das pessoas, paisagem, gastronomia…
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E sobre 2018 em Pantin... mais uma grande conquista para o waveski ibérico!
Esse é um tema que envolve directamente a equipa de Dani Pérez e Ivan Pena. Sabemos que todo o excelente trabalho que têm desenvolvido em anos anteriores com as edições do Xtreme Pantin e, muito especialmente, o Mundial de Kayaksurf 2015, para isso contribuíram. Assim, iremos ter uma organização de qualidade confirmada e uma região (Galiza) com ondas de qualidade e infra-estrutura suficiente para que os participantes e acompanhantes tenham a oportunidade de desfrutar de um evento inesquecível. Para te dizer a verdade, emocionei-me mais pelo facto de Pantin ter sido eleita sede do próximo Mundial de Wavesi, do que pela surpresa de ter sido eleito presidente. Agora, temos que aproveitar a oportunidade e fazer algo realmente grande entre todos.
Últimas palavras...
Agradecer-te a oportunidade que me deste de me apresentar em público a toda a “waveski family” – como eu gosto de afirmar – e dizer-te que te agradeço pessoalmente o esforço que sempre fizeste em prol da modalidade. Não será novidade se te disser que o tomei muitas vezes como exemplo.
Obrigado Gus! Parabéns e todo o sucesso para a WWSA :)
SOME MORE PHOTOS
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Trabalho publicado em 15 de Dezembro 2016
Texto - Luis Pedro Abreu
Fotos - Arquivo pessoal de Gus Presa
Video - Produzido por Gus Presa
Site pessoal - www.waveski.es
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