Nathan Eades |
O galês Nathan Eades já é presença mais do que habitual no kayaksurf.net. Enviou-nos reports fantásticos de locais como Tonga, Marrocos, Sri Lanka, entre outros. Farto do cinzento das ilhas britânicas, rumou em 2010 para o Peru. Vive em Lima, onde é professor e, claro, surfa quase todos os dias.
A competição nunca o atraiu muito mas, no Mundial de Kayaksurf 2009 que se realizou em Portugal (Santa Cruz Ocean Spirit), Nathan obteve um excelente terceiro lugar em kayaksurf HP e, no Campeonato Sul Americano de Kayaksurf de 2010, sagrou-se campeão. Para quem rema desde os quatro anos de idade, é óbvio que Nathan acumula uma experiência confirmada nos resultados que tem obtido. Agora, aos trinta anos de idade, é mais comum encontrá-lo a surfar nos melhores spots peruanos como Punta Hermosa, Chicama, Pacasmayo ou Lobitos. Precisamente de onde nos chega mais uma entrevista com o craque! Vejamos como Nathan comenta as linhas que lhe lançámos…
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KAYAKSURF E WAVESKI NA AMÉRICA DO SUL:
A américa do sul tem alguns dos melhores spots de surf do mundo e o Peru, tem os picos mais consistentes que já surfei na vida. Quando cá cheguei, o meu novo colega e agora meu grande amigo Fraser McDowald disse-me que havia onda no Peru todos os dias. Eu não acreditei nele porque, como já tinha surfado em tantos locais do mundo e em todos eles encontrei dias sem ondas, pareceu-me impossível que no Peru também não fosse assim. Agora sei que ele estava certo porque o oceano Pacífico tem sempre ondas… e quando chega um swell dos grandes a Chicama e Pacasmayo, é só fazer um pequeno voo ou uma viagem nocturna de autocarro. No ano passado, quando fui a casa no Natal, trouxe um waveski novo feito pelo James Hawker da Future. É o melhor waveski que alguma vez experimentei por isso, agora tenho um waveski de luxo e ondas perfeitas à porta de casa! Aconselho vivamente a todos os que pensem em comprar um waveski para que entrem em contacto com o James. Ele fala connosco o tempo que for preciso para saber o que queremos. Só depois é que passa à produção e é sempre com grande qualidade.
PARTICIPAÇÃO EM PROVAS NO BRASIL:
O pessoal do Brasil tem sido espectacular desde que aqui cheguei. Convidam-me todos os anos para o campeonato sul americano deles e tratam-me sempre muito bem uma vez que e não sei nada de português. Estou tentado a participar no mundial de waveski para o ano que vem porque eles também têm spots muito bons, um grande ambiente e alojamento barato. Peru é um país muito fixe seria de certeza um bom local para um grande evento. Talvez pudesse decorrer em Pacasmayo e, se um swell dos grandes entrasse, íamos para Chicama que fica uma hora a sul… adorava ver a cara de muitos depois de surfarem uma onda com mais de 1km de parede!!! É uma onda incrível! Já sei que o Mundial de Waveski 2013 vai ser no Brasil. Só me falta falar com o director da minha escola e, se estiver tudo OK, irei até ao campeonato fazer umas ondas e ver os craques mundiais.
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EVOLUÇÃO DO KAYAKSURF E WAVESKI NO PERU:
A comunidade da canoagem está a crescer no Peru e os meus amigos que fazem canoagem de rio, depois de terem visto fotos minhas com o surfkayak e o waveski, ficaram cheios de vontade para experimentar. A dificuldade está em conseguir surfkayaks por aqui. Com o surf e o clima do Peru, de certeza que podem surgir bons kayaksurfistas em pouco tempo. Se a MEGA promovesse um evento promocional no Peru, quem sabe se não estariam a investir num novo campeão do mundo!!
COMUNIDADE SURFISTA PERUANA:
O Peru é um país muito competitivo com surfistas de alto nível. Embora eu nunca tenha passado por más experiências quando vou surfar com o meu kayak, há que estar preparado para o “line up”. Aí a coisa é competitiva e, se não souberes as regras das prioridades e se não estiveres preparado para lutares pela tua onda, não vais conseguir surfar nenhuma. Eu já surfo por aqui há três anos e só tive uma má experiência. Estava a surfar num spot muito dado a locais – Lobitos – e houve um tipo que ficou meio louco… é uma região que está a crescer cada vez mais em popularidade e os “locais” estão a ficar fartos de tanta gente nas ondas. Há cinco anos era muito menos gente. Mas isto é o mesmo que se passa um pouco por todo o lado. Quanto mais pessoas a surfar num mesmo spot, mais probabilidade de discussão existe. E isto também se passaria entre estrangeiros (não só com peruanos), independentemente do material que estão a usar para surfar.